11.5.06

A morte não é nada.Eu só passei para o quarto ao lado.
Eu sou eu,tu és tu,o que nós éramos uma para a outra,
nós o seremo sempre.
Chama-me como tu sempre me chamaste.
Fala comigo como sempre o fizeste
Não uses um tom diferente,não fiques com ar solene ou triste.
Continua a rir daquilo que nos fazia rir juntas.
Reza,ri-te,pensa em mim,reza por mim.
Que o meu nome seja pronunciado em casa como ele sempre foi,
sem um traço,sem uma sombra.
A vida significa tudo o que sempre significou.
Ela é o que sempre foi.O fio não está cortado!
Porque estarei eu fora de vista ?
Eu espero-te.Eu não estou longe.
Apenas dou outro lado do caminho,no quarto ao lado.
Como vês tudo está bem.

Desconhecido(encontrei este poema num dos meus apontamentos de uma cadeira da universidade-bioética..e achei fabulosa esta discrição da morte..essa que tantas vezes nos faz chorar)

8 comments:

Helder Ribau said...

vale a pena vistar alguns blogs... este sem duvida é um deles...

Amaral said...

É um poema intemporal de alguém com grande sensibilidade, com um nível de consciência próprio de quem "reconhece" a sua verdade interior, com um entendimento da vida para além das coisas simples e terrenas. É aconchegante este poema e a mensagem que ele encerra...

mitro said...

Morrer é ficar com a voz em silêncio, ou não?

Mac Adame said...

De facto, está fabuloso. Poema triste, mas imensamente belo.

Vanda said...

É muito bonito o poema. Se um dia conseguirmos enfrentar o fim da vida assim, talvez soframos menos.

mitro said...

Nã! Essa coisa de pasar para o quarto ao lado e esquecer-se de voltar, cá pra mim é Alzheimer mesmo!

Unknown said...

Você disse que não conhecia de quem é esse texto. É uma oração de Santo Agostinho.

Unknown said...

Este poema é uma espécie de psicografia escrito por Santo Agostinho há muitos anos atrás. Com certeza é uma explicação do que é a morte, uma espécie de conforto dado a quem perdeu um ente querido.