19.9.10

Segredo


Esta noite morri muitas vezes, à espera
De um sonho que viesse de repente
E às escuras dançasse com a minha alma
Enquanto fosses tu a conduzir
O seu ritmo assombrado nas trevas do corpo,
Toda a espiral das horas que se erguessem
No poço dos sentidos. Quem és tu,
Promessa imaginária que me ensina
A decifrar as intenções do vento,
A música da chuva nas janelas
Sob o frio de Fevereiro? O amor
Ofereceu-me o teu rosto absoluto,
Projectou os teus olhos no meu céu
E segreda-me agora uma palavra:
O teu nome – essa última fala da última
Estrela quase a morrer
Pouco a pouco embebida no meu próprio sangue
E o meu sangue à procura do teu coração.
Fernando Pinto Amaral "No Cais da Poesia"

12.9.10




“ Que triste fica o meu corpo quando não o posso usar. Porque não o deitas tu, nesta cama?”
(Fatima Rolo Duarte - Onde estas)