28.1.05

" Breve e triste é a nossa vida.O remédio não está no fim do homem,nem se conhece ninguem que tenha regressado dos infernos.Nascemos por acaso e, depois de mortos,seremos como se nunca tivéssemos sido:fumo é o sopro da nossa respiração e a palavra é uma centelha no palpitar do nosso coração, e apagada a centelha o corpo tornar- se- á cinza e o espírito será disperso como o ar leve "

" A morte nunca é aquilo que dá sentido à vida.É pelo contrário, o que lhe retira significado.Esta podia ser de certa forma a epígrafe do nosso século.
Negar o mistério da origem é a principal característica daquele que não acredita.O ateísmo não é só a negação do sentido de Deus,mas é tanbém,no fundo,a negação do homem,porque ao recusar -lhe a sua parte de mistério faz dele uma sombra sem profundidade,uma forma extremamente pobre e limitada.E talvez seja esta extrema limitação a exaltar o orgulho e a presunção.Conhece-se uma fatia irrisória da realidade-ou do ser-e confunde-se essa fatia com a totalidade. "


" Não há espaço,nestas passagens,para o mistério,não há espaço para a surpresa.E,no entanto,basta observar um dia de uma vida qualquer com um olhar e uma mente livre para nos apercebermos de que tudo é surpresa e que,muitas vezes,o imprivisto subverte todos os planos."

Susanna Tamaro in "regresso a casa"

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