11.4.05

Nocturno

Espírito que passas, quando o vento
Adormece no mar e surge a lua,
Filho esquivo da noite que flutua,
Tu só entendes bem o meu tormento.

Como um canto longínquo-triste e lento
Que voga e subtilmente se insinua,
Sobre a meu coração, que tumultua,
Tu vertes pouco a pouco o esquecomento...

A ti confio o sonho em que me leva
Um instinto de luz, rompendo a treva,
Buscando, entre visões o eterno Bem.

E tu entendes o meu mal sem nome,
A febre do ideal, que me consome,
Tu só, génio da noite, e mais ninguém!

Antero de quental

2 comments:

Adelaide Carneiro said...

Tá tão tristemente lindo... Lindo de ler e de sentir. Beijo grande linda. Adoro-te.
Tou sempre aqui e no teu coração.

Tiago M. said...

tens poemas muito bons no teu blog. bom gosto. é pena ñ ter um pouco mais de ti.
vou passando por aqi de tempos a tempos pra deixar comentários.

**obrigado por teres comentado o meu poema.