Não!
Não me censuro.
Fecho os olhos e encosto a minha cara no espelho.
Sei que está lá e não pode desaparecer.
Não!
A insónia não me quer devolver à cama, ao sono profundo, ao descanso.
Sou eu…
Não quero acordar…
Deixa-me estar assim à vontade do acaso.
Pega nas minhas mãos.
Que te parecem?
Gastas, belas, inúteis, umas simples mãos?
As minhas mãos já suportaram muito frio, já pegaram
Em muito peso, já trabalharam muito…
Agora estão aqui inúteis no desalento da noite
Não são puras, não são belas, são as minhas mãos
E ninguém mas pode tirar
É o que resta da vida que vivi até hoje
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