Tu que não crês,nem amas,nem esperas,
Espírito de eterna negação,
Teu hálito gelou-me o coração
E destroçou-me da alma as primaveras...
Atravessando regiões austeras,
Cheias de noite e cava escuridão,
Como num sonho mau,só ouço um não,
Que eternamente ecoa entre as esferas...
-Porque suspiras,porque te lamentas.
Cobarde coração?Debalde intentas
Opôr à sorte a queixa de egoísmo...
Deixa aos tímidos,deixa aos sonhadores
A esperança vã,seus vãos fulgores....
Sabe tu encarar sereno o abismo!
Antero de Quental " Sonetos"
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6 comments:
Depende do abismo!
:)
O poema não têm muito a cerca exactamente do estóicismo, porém, ele é contra o determinismo na vida e neste poema, daí talvez o tópico. eu gosto muito do Antero!! beijos, PAZ!
...lembro-me do retrato pintado por Columbano...e esse abismo só pode ser a morte...
beijos.
venho deixar-te um beijo meu*
só espero que o abismo resvale nas ondas suaves do imenso oceano! e que através delas chegues a terra e encontres o prazer de ser feliz!
um beijo (e boas férias!)
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