Hoje estou triste, já ontem estava
O meu ser é a tristeza, não só a minha
O meu ser é a erva mais daninha
A que mata e parece ter beleza
Hoje estou triste com a minha pobreza
Pobreza moral,material e natural
A pobreza do rico que se julga imortal
A pobreza do senhor,do chefe,do rei
Mas quem sou eu para estar assim tão triste ?
Não sei quem sou nem nunca o saberei
Oiço o barulho dos carros que lá vão
A caminho do fim,a caminho da morte
Que levam cruzes nos vidros para dar sorte
Cruzes de papel coladas nas vidraças
.....
Manuel Luís Caeiro " Flores do Alentejo"
É assim que eu me sinto todos os dias
12.2.06
Ouve estas palavras
ouve estas palavras escritas.ouve os trovões em países distantes.
enquanto lês estas palavras,eu estou debaixo desses trovões.
estas palavras foram escritas numa cidade que já não existe.
para mim é tão importante que entendas,mas o sangue no chão
é tão difícil de explicar.todas as pessoas que se vestiram de luto
à minha volta disseram-me que estava louco, mas tu sorriste.
lembras-te ?lembras-te de mim ?com as mãos sobre o peito,
juro-te que ainda sou o mesmo, a única diferença é este medo
de que tenha deixado de entender e de que já não consigas sorrir.
José Luís Peixoto " A casa, A escuridão"
Para ti que estás aí e nunca mes esqueceste......
enquanto lês estas palavras,eu estou debaixo desses trovões.
estas palavras foram escritas numa cidade que já não existe.
para mim é tão importante que entendas,mas o sangue no chão
é tão difícil de explicar.todas as pessoas que se vestiram de luto
à minha volta disseram-me que estava louco, mas tu sorriste.
lembras-te ?lembras-te de mim ?com as mãos sobre o peito,
juro-te que ainda sou o mesmo, a única diferença é este medo
de que tenha deixado de entender e de que já não consigas sorrir.
José Luís Peixoto " A casa, A escuridão"
Para ti que estás aí e nunca mes esqueceste......
4.2.06
Escrever para trocar uma maor pela memória dele.
Escrever para renovar incessantemente
a falsa eternidade.Abrindo um caminho para o sangue.Abrindo
um espaço onde instalar o corpo que apodrece, sílaba a sílaba.
Mata-se o amor por dentro das palavras que escrevem contornando os ângulos da página paisagem.
Mata-se o amor, para ficar dele a memória mais assassina, o grito mais claro de funda solidão.
....
A arte do amor que se escreve reinventando-se é uma ficção dolorosamente apreendida.
As palavras-repetidas, de obcessão-as palavras,dizia tornam mais irremediável este súbito silêncio,dia vertical sem a sombra do teu sangue.tua linfa.
Meu sopro veloz. De trágica morte.
Maria graciette besse " Mulher sentada no silêncio"
Escrever para renovar incessantemente
a falsa eternidade.Abrindo um caminho para o sangue.Abrindo
um espaço onde instalar o corpo que apodrece, sílaba a sílaba.
Mata-se o amor por dentro das palavras que escrevem contornando os ângulos da página paisagem.
Mata-se o amor, para ficar dele a memória mais assassina, o grito mais claro de funda solidão.
....
A arte do amor que se escreve reinventando-se é uma ficção dolorosamente apreendida.
As palavras-repetidas, de obcessão-as palavras,dizia tornam mais irremediável este súbito silêncio,dia vertical sem a sombra do teu sangue.tua linfa.
Meu sopro veloz. De trágica morte.
Maria graciette besse " Mulher sentada no silêncio"
Não estás cansada?
Não estás cansada
da tua beleza esta noite ?
Como podes carregar esse peso
debaixo das estrelas ?
O teu cabelo
ou os teus lábios
eram suficientes para te esmagar
Consegues ver-me quando passo
a correr
o pesado New York Times debaixo do braço
com a tua fotografia
algures
no seu interior ?
Leonard Cohen " Filhos da neve"
da tua beleza esta noite ?
Como podes carregar esse peso
debaixo das estrelas ?
O teu cabelo
ou os teus lábios
eram suficientes para te esmagar
Consegues ver-me quando passo
a correr
o pesado New York Times debaixo do braço
com a tua fotografia
algures
no seu interior ?
Leonard Cohen " Filhos da neve"
Subscribe to:
Posts (Atom)