8.1.06

W.B yeals em rapalho

A janela fechada não exala barulho.Uma luz estranha
atravessa o ar.Ouço-me, de súbito, contra o fundo de
ruídos diversos.Os objectos saem do quotidiano torpor,
e uma voz surge enquanto a luz, matinal,parece lembrar
que nada é como antes foi.
E se resolvo sair da cadeira, onde estou
e escrevo, para me aproximar da fugaz precipitação
luminosa, já esse gesto me afasta em
direcção ao movimento da vida.Encontro o que é presente,
e me implica até por fim voltar as costas
ao raciocínio e à própria poesia. O que antes foi,
e se perde na descida para o instante agora vivido
é, porém, o que me atrai e dispersa.
Por quanto tempo ficarei ainda no turvo charco
da memória ?
( Mas o seu objectivo era descobrir
estados de espírito imortais nos desejos mortais,
uma esperança imperecível nas nossas ambições
fúteis...)

Nuno júdice( O meu poeta favorito) " Obra poética"

4 comments:

Amaral said...

Na cadeira encontras o teu silêncio.
Pela janela aberta rebenta uma luz que invade o pensamento, solta emoções, desperta sentimentos.
Um gesto que rompe ilusões, que abre caminhos.
O movimento da vida desabrocha a criação do teu ser.
Despontas e a realidade irrompe no palco dum sonho.
És e continuarás! A ser!...

Anonymous said...

:)

*

No name said...

Conheco alguns poemas dele. Muito bonito.
Beijos*

Hugo Pereira said...

não conhecia. parece ser um poeta bastante fecundo :)