Éramos um país enérgico
um país glorioso
Exemplo do mundo inteiro.
Éramos o Mundo, a Cultura, o Modelo.
Passaram os tempos...
Mudaram as gentes e com elas a cultura.
Tínhamos grande prestígio
Éramos «made in portugal».
Mas tudo foi...
Há muito, muito tempo.
Velhos tempos??Tempos velhos?
E hoje???Que somos??Que fazemos??
Hoje não somos nada??
Somos! Somos aquilo que não devemos ser.
Diz-me tu Camões. Poeta exemplo
Que é feito de nós??
Muitos anos passaram e...
Não acredito! Não posso crer!
Será portugal???
Abro um olho e outro em seguida.
Respiro fundo,dou-me uma beliscadela
E!...Oh!..é verdade, este é...
na realidade o Portugal, não...
não é, este é outro, invadido
por um francês que traz umas calças rotas
e o português logo quer umas calças rotas;
por um inglês que calça ténis nº 45
e o português logo quer uns 46;
pelo americano de camisola «U.s arms»
e o português logo wuer uma «U.s portugal»;
Ó Portugal em que mãos tens andado??
Regressa a casa.Assenta os pés no chão
E..cresce sozinho,
Á tua maneira,
Só assim serás Português!
Anónimo
24.2.05
23.2.05
Sntimento de impotência perante certas situações da vida.É como uma espécie de remorso que percorre a mente.
Confusão..revolta..tristeza..humilhação
que fazer???Esquecer???ignorar???
Ver as injustiças..as escaras...as lágrimas..e não fazer nada.
Como é mesquinho o Homem. Como se reduz à sua insignificância e podridão.
Tenho nojo de ser assim mesquinha e impotente.
Entristece-me ser quem não sou..ser uma ilusão de algo inatingível
Confusão..revolta..tristeza..humilhação
que fazer???Esquecer???ignorar???
Ver as injustiças..as escaras...as lágrimas..e não fazer nada.
Como é mesquinho o Homem. Como se reduz à sua insignificância e podridão.
Tenho nojo de ser assim mesquinha e impotente.
Entristece-me ser quem não sou..ser uma ilusão de algo inatingível
O homem- diz-se- é um animal racional.
Não sei porque é que se lhe tem chamado um animal afectivo ou sentimental.
É talvez até que o que mais o diferencie dos outros animais seja o sentimento e não a razão.
Mais vezes eu tenho visto um gato a raciocinar do que a rir ou chorar.Talvez chore por dentro,mas,também,por dentro,talvez o cranguejo resolva equações de segundo grau
Não sei porque é que se lhe tem chamado um animal afectivo ou sentimental.
É talvez até que o que mais o diferencie dos outros animais seja o sentimento e não a razão.
Mais vezes eu tenho visto um gato a raciocinar do que a rir ou chorar.Talvez chore por dentro,mas,também,por dentro,talvez o cranguejo resolva equações de segundo grau
Quando era jovem, eu a mim dizia:
Como passam os dias,dia a dia,
E nada conseguido ou intentado!
Mais velho,digo,com igual enfado:
Como,dia após dia,os dias vão,
Sem nada feito!
Assim, naturalmente,envelhecido,
Direi,e com igual voz e sentido:
Um dia virá o dia em que já não
Direi mais nada.
Quem nada foi nem é não dirá nada
fernando pessoa
Como passam os dias,dia a dia,
E nada conseguido ou intentado!
Mais velho,digo,com igual enfado:
Como,dia após dia,os dias vão,
Sem nada feito!
Assim, naturalmente,envelhecido,
Direi,e com igual voz e sentido:
Um dia virá o dia em que já não
Direi mais nada.
Quem nada foi nem é não dirá nada
fernando pessoa
Aquilo que a gente lembra
Sem querer lembrar,
E inerte se desmembra
Como um fumo no ar,
É a música que a alma tem.
É o perfume que vem,
Vaga,inútil,trazido
Por uma brisa de agrado,
Do fundo do que é esquecido,
Dos jardins do passado.
Aquilo que a gente sonha
Sem saber de sonhar,
Aquela boca risonha
Que nunca nos quis beijar,
Aquela vaga ironia
Que uns olhos tiveram um dia
Para a nossa emoção
Tudo isso nos dá o agrado,
Flores que flores são
Nos jardins do passado.
Não sei o que fiz da vida,
nem o quero saber.
Se a tenho por perdida,
Sei eu o que é perder ??
Mas tudo é música se há
Alma onde a alma está,
E há um vago,suave,sono,
Um sonho morno de agrado,
Quando regresso,dono,
Aos jardins do passado.
fernando pessoa
Sem querer lembrar,
E inerte se desmembra
Como um fumo no ar,
É a música que a alma tem.
É o perfume que vem,
Vaga,inútil,trazido
Por uma brisa de agrado,
Do fundo do que é esquecido,
Dos jardins do passado.
Aquilo que a gente sonha
Sem saber de sonhar,
Aquela boca risonha
Que nunca nos quis beijar,
Aquela vaga ironia
Que uns olhos tiveram um dia
Para a nossa emoção
Tudo isso nos dá o agrado,
Flores que flores são
Nos jardins do passado.
Não sei o que fiz da vida,
nem o quero saber.
Se a tenho por perdida,
Sei eu o que é perder ??
Mas tudo é música se há
Alma onde a alma está,
E há um vago,suave,sono,
Um sonho morno de agrado,
Quando regresso,dono,
Aos jardins do passado.
fernando pessoa
4.2.05
"Porque a justiça, no curso de uma vida, nasce só da compreensão de um percurso, da capacidade de evoluir do estado de servos obedientes para o estado de filhos, e logo de irmãos.
Aquilo que limita a visão de quem vive protegido pelo álibi da boa conduta é a impossibilidade de compreender a dualidade da alma humana que oscila entre a necessidade de fortes certezas e o desejo de subverter a ordem.
Sem esta compreensão a vida limita-se a um dever ser- obedientes, respeitadores, fiéis- sem a liberdade de aderir espontaneamente a um projecto de amor que não contém em si nenhuma forma de imposição.
A coisa mais grave é que o irmão que julga não percebeu que a pessoa a compreender- na sua dualidade por exprimir- e a perdoar- na sua vontade de justiça fiscal- é antes de mais ele próprio.
Mas para nos perdoarmos é preciso conhecermo- nos, reconhecermos a pobreza dos nossos sentimentos e o medo da nossa liberdade. Só assim, a partir da consciência dos nossos limites e da nossa fragilidade, pode começar o processo de reconciliação. Connosco e, logo, com os outros.
Só a partir daqui pode começar a construção de uma verdadeira justiça."
Susanna Tamaro in "Regresso a casa "
Aquilo que limita a visão de quem vive protegido pelo álibi da boa conduta é a impossibilidade de compreender a dualidade da alma humana que oscila entre a necessidade de fortes certezas e o desejo de subverter a ordem.
Sem esta compreensão a vida limita-se a um dever ser- obedientes, respeitadores, fiéis- sem a liberdade de aderir espontaneamente a um projecto de amor que não contém em si nenhuma forma de imposição.
A coisa mais grave é que o irmão que julga não percebeu que a pessoa a compreender- na sua dualidade por exprimir- e a perdoar- na sua vontade de justiça fiscal- é antes de mais ele próprio.
Mas para nos perdoarmos é preciso conhecermo- nos, reconhecermos a pobreza dos nossos sentimentos e o medo da nossa liberdade. Só assim, a partir da consciência dos nossos limites e da nossa fragilidade, pode começar o processo de reconciliação. Connosco e, logo, com os outros.
Só a partir daqui pode começar a construção de uma verdadeira justiça."
Susanna Tamaro in "Regresso a casa "
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